sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Garganta de Loriga – Serra da Estrela

Como este percurso não tem marcação e a informação na net é escassa, tivemos que recorrer ao Centro de Interpretação da Serra da Estrela (CISE), onde fomos recebidos pelo Dr. José Conde, que nos forneceu informação sobre o percurso e indicou-nos a carta militar da região, que pudemos adquirir na loja do CISE.




  • Tipo de Percurso:
    Pedestre linear
  • Nosso Ponto de Partida e Chegada
    Alto da torre – Loriga
  • Distância:
    7 Km
  • Duração:
    4 a 5 horas
  • Desníveis:
    1223 metros
  • Altitude Máxima:
    1993 metros, Alto da torre.
  • Altitude Mínima:
    770 metros, Loriga
  • Grau de Dificuldade:
    Difícil,
  • Cartografia:
    Cartas 1/25.000 do I.G.E. nº 223
  • Pontos de Interesse:
    Para quem gosta de vencer dificuldades, do contacto com o mundo natural, da grandiosidade das paisagens, de solidão e do silêncio da alta montanha.


Como deixámos tudo preparado de véspera, às 7 horas estávamos prontos para rumar à torre, para darmos início a mais uma aventura, que se adivinhava difícil.




Ao chegar à Torre, deparámo-nos com o primeiro obstáculo, o nevoeiro frio e húmido, que nos limitava bastante o campo de visão.

Devidamente agasalhados, às 8 horas, demos início à aventura rumo a Loriga.





Com a falta de pontos de referência, devido ao nevoeiro, passámos ao lado das lagoas sem as vermos, e só demos pelo engano quando o tempo começou a abrir.

Chegámos à conclusão que tínhamos andado demais e, decidimos separar-nos para tentar encontrar o caminho certo, o que se revelou um erro e um exemplo a não seguir, porque sem nos apercebermos, afastámo-nos demasiado uns dos outros.

Aqui, vivemos o primeiro momento de tensão, visto que um dos elementos do grupo, inconscientemente, e na ânsia de encontrar o caminho, afastou-se demasiado ficando incontactável, obrigando o grupo a ir procurá-lo.





Já novamente reunidos e no final do planalto, na “Penha dos Abutres”, pudemos usufruir de uma paisagem fenomenal.




Aqui tivemos o nosso primeiro momento de indecisão, visto que o local que nós pensávamos ser o correcto, revelou-se muito difícil de descer, por isso, devido à incerteza da nossa posição, à apreensão sobre a perigosidade da descida e sobretudo, devido ao medo que a Bia manifestou, decidimos voltar para trás.

No regresso, visto que já tínhamos o tempo limpo e com uma melhor interpretação da carta militar, procurámos apontar a bússola para as lagoas.




Cerca das 12:30 horas, foi com grande alegria que avistámos a Lagoa Serrano, e como já iam sendo horas, aproveitámos para almoçar a já habitual “Omelette à Rompe Solas ”, naquela paisagem de tão singular beleza e frescura.


Depois de recuperadas as energias, regressámos ao percurso, atravessando o “Covão do Meio” por entre as lagoas, até apanharmos um estradão com muita pedra solta, que nos levou à Barragem.




Pelo caminho ainda tivemos tempo para apreciar pormenores interessantes como a salamandra-de-pintas (Salamandra salamandra) e a estranha forma da vegetação submersa na lagoa.




Quando subimos à barragem, por uma escadaria, tivemos a oportunidade de apreciar, pela primeira vez, a beleza única da famosa Garganta de Loriga.

Aqui surgiu o segundo momento de indecisão, onde tivemos que decidir se continuavamos ou se voltavamos para trás, visto já só termos cerca de 3 horas de luz natural para acabar o percurso.

Depois de um breve “concílio”, decidimos avançar para o desconhecido e cumprir o objectivo que nos levou à Serra da Estrela, fazer a Garganta de Loriga.

Depois de passar a barragem foi sempre a descer as rochas até um planalto, o Covão da nave, onde seguimos um carreiro a serpentear pelo planalto até outro conjunto de rochas.



Voltámos a descer por entre as rochas escorregadias, numa descida muito acentuada acompanhando a ribeira de Loriga, até chegarmos novamente a outro planalto, o Covão da Areia, tendo direito a uma recompensa, uma vista privilegiada da Garganta, sendo difícil de descrever por palavras tamanha beleza jurássica, que a certa altura, chegámos a temer que pudesse aparecer algum dinossauro.




Sempre que as nuvens se aproximavam, tornavam o ar húmido e sombrio, permitindo fotografias fantásticas.

Descemos novamente outro amontoado de rochas, e como já víamos o vale, adivinhava-se que íamos deixar a montanha em breve, por isso aproveitámos para tirar umas fotos e deliciarmo-nos com tão espectaculares paisagens.





Já a sair da montanha e com Loriga à vista, fomos surpreendidos com o sempre agradável feto-real, ribeiros e formações rochosas engraçadas.





No final da montanha entrámos num caminho tradicional de pinhal, sempre a descer e muito cansativo, que nos levou a Loriga.

Se não fosse o pôr-do-sol espectacular sobre Loriga, esta parte era completamente desinteressante.

Às 18:00 horas chegámos por fim a Loriga, uma aldeia simpática com um café mesmo no final do percurso, com o melhor produto que nos poderiam oferecer, depois de 10 horas de caminhada… O serviço de Táxi.


5 comentários:

  1. Este resumo da viagem estava óptimo!
    Descreveram-no muitíssimo bem. Parabéns Rompe-Solas. Apesar de confirmar que foi um percurso bastante difícil, foi espectacular em termos paisagísticos (a companhia também embeleza a imagem).

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  2. São aventuras como esta que nos definem como somos, participantes activos da vida do planeta e não meros observadores distantes, das maravilhas que nos rodeiam.
    Usufruir da beleza da natureza e vencer as dificuldades do contacto com o mundo natural e da grandiosidade das paisagens, faz-nos sentir vivos.
    Agradeço aos Rompe Solas e a todos os que já nos acompanharam, pelos momentos inesquecíveis que partilhamos nestas aventuras.

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  3. Deste percurso maravilhoso trago fundamentalmente três recordações: a coesão do grupo nos momentos de tensão e indecisão; as paisagens fantásticas e indescritíveis; e umas calças rotas por tantas descidas de traseiro sobre as rochas!

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  4. Só se ve calhaus.
    Tanto medo das nuvens são tão sombrias.
    Boas caminhadas

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  5. Parece que o percurso foi entretanto sinalizado.

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